Esplaneiting!

Estava eu num destes dias esplaneiting e lendo o meu livrinho, que me faz esboçar sorrisos maliciosos de tanta “maroteira” (como diria a amiga C.) quando olho, tenho um projecto de homem, do meu lado direito, a olhar para mim.

E eu a pensar… Mau!!! Que se passa aqui?

O moçoilo tinha um cabelo acobreado, olhos verdes grandões e não parava de me fitar. Olhei para ele, sorri e perguntei.

Eu: Olá borracho, como te chamas?
Ele: Tchiogo!
Eu: ahhh Diogo, tens um nome bem bonito.

Levantei a cabeça e procurei os parentes do moçoilo. Na mesa em frente à minha estava a companhia do Diogo. Um Pai babado que me acenou para saber que o moçoilo era seu, a quem sorri… Bem, sorri é pouco, mostrei o dentinho todo. Com um Pai daqueles eu matava a Mãe.

O piqueno subiu para a cadeira que estava ao meu lado, ficou de joelhos e colocou as mãos no rosto e continuou a fitar-me. E eu só pensava… tão pequeno e já tão curioso. Continuei a sorrir e tentei colocar o piqueno (ou eu mesma) mais à vontade. E questionei:

Eu: Então Diogo, quantos anos tens?
Tchiogo: quatro (e colocou os dedos no ar para eu perceber que ele sabia quantos eram quatro)
Eu: e já andas na escola?
Tchiogo: Num, mas estou quase! Já xei umas letas e xei contar até dez, e, e, e já xei as cores!
Eu: eh lá!!! Isso tudo?
Tchiogo: xim!

E só pensava… eh pa! Nós temos sempre as mesmas conversas com os putos, conversas de cá-cá-rá-cá… Também não lhe posso perguntar o que ele pensa do nosso primeiro a fumar ervinhas aromáticas no avião que ele não me deve saber responder. Talvez falar sobre o preço dos combustíveis, e qui ça de uma “desgraceira” qualquer tão típica dos telejornais… hummmm, melhor não! Melhor voltar ao básico…

Por vezes olhava para o Pai da criança, tentava não salivar, nem dar nas vistas, sorria apenas. O homem era mesmo uma grande pausa! Um Diogo lindo em ponto grande. E continuei o meu percurso.

Eu: queres um cadinho do meu pastel de nata?
Tchiogo: xim.

Lá dividi o meu chá e o meu pastel de nata com o Diogo e continuamos a amena cavaqueira.

Eu: então e já tens namorada?
Tchiogo: Não. (com ar tristonho)
Eu: ahhh não? e queres namorar comigo?
Tchiogo: Eu gutava, goto dos teus zoios e do teu dadiz e de quando ris.
Eu: então podemos namorar os dois que achas?

Tchiogo: num xei, eu vai perguntar ao Pai (e saiu disparado para perguntar ao Pai)

O pai escangalhou-se a rir e lá lhe respondeu. O moçoilo voltou...

Tchiogo: olha o Pai diz que posso (e deu um sorriso aberto e com um brilhozinho nos olhos)
Eu: então ainda bem, podemos continuar o nosso lanche!
Tchiogo: Tábemxi, mas oia os namulados num dão bejus?
Eu: dão! (ai o catano! Tu queres ver que o puto se está a esticar?)
Tchiogo: então num podemos namulá!
Eu: Não?
Tchiogo: Não puque se eu num estiver na cadeira tu és muito gandi para eu, não conxigo dar beiju a tu!!! (semblante triste)
Eu: Oh Diogo, não te preocupes com isso, não chegas tu mas chego eu. E havemos de nos entender, beijinhos a malta consegue dar sempre. E dei-lhe um beijo no rosto.

Entretanto chega a Mãe. Por muito que pensem, não! não era uma matrafona nem uma horripilante senhora, era só um avião (como os moçoilos costumam chamar). Mas só! Porque a simpatia não era o seu forte.

O Diogo lá lhe foi comunicar que tinha namorada nova e quando voltou não estava muito alegre, voltou tristonho, a Mãe do crianço com umas trombas descomunais e o Pai continuava a sorrir e eu a sorrir também. Adoro quando elas trepam pelas paredes por coisas de nada!

Tchiogo: A Mãe disse a eu que tu és véia pa eu!
Eu: Hummm, mas tu gostas de mim?
Tchiogo: Goto muito.
Eu: Então se gostas a gente namora à mesma, combinado?
Tchiogo: mas a mãe não gota!
Eu: e tu gostas?
Tchiogo: Eu gota mas a Mãe….

Ai o catano! Eles e as Mães!!!! Tão pequenino e a Mãe já decide com quem ele namora, Depois “ai e tal, não sou agarrado às saias da Mãe” E estas Mães que insistem em botar galhunços nas cabeças das crianças! Depois eles crescem e está tudo mal gravado!!!! Bahhhhh

Comentários

Anónimo disse…
Ho Dio mio!!! Dp dizem q as noras é q implicam com as sogras...a Sra. nem quis conhecer a namorada do filhote...e olha q o puto tem olhometro...piqueno, piqueno...mas lá sabe escolher...e n se fica pela mão dada, quer logo bjcas...Ai, ai, de certeza que aprendeu com o pai!
Bj directos de Amesterdam!
Miss Daisy disse…
Jiminy, my best, a mãe trepou de tanta inveja da beleza da namorada do filhote, assim como da capacidade de rejuvenescer para botares um brilhozinho nos oios do pikeno!
VF disse…
Fiquei dividido entre o "Eh de pequenino que se torçe o pipino" coloquial e pueril e o sempre sarcastico "Eh o desespero de verão".

Acho que é melhor perguntar qual era o livro ou de que chá se tratava. Naturalmente que não é informação relevante mas pode ser o inicio de uma bela conversa!
Jiminy_Cricket disse…
Oi Amesterdam Girl ;)

A gaija era uma "má-feitio" só pode... e o miudo só pode sair ao Pai, em todos os aspectos... ;)

jus
Jiminy_Cricket disse…
Oi Biga,

A gaija era uma antipática pegada. Tem gaija que é burra mesmo. Fazer o quê??? ignorar mesmo!

lambius
Jiminy_Cricket disse…
OI Vitor,

Fica por apenas e só "era um miúdo simpático, curioso e sociavél" com uma Mãe um pouco idiota (como tantas que há para aí que só colocam minhocas nas cabeças dos putos)

O chá? era mesmo chá de limão (eu insisto em beber água com uma casca de limão fora de casa que custa balúrdios, teimosias!!!)

Quanto ao livrinho "olhos nos olhos" do Júlio Machado Vaz, recomendo-te (recomendo a qualquer homem), é daqueles que se lê bem. Lê-se num piscar de olhos... ;)

Ahhhh e o pastel de nata (sempre)

beijos
Moyle disse…
já te estou a ver no papel de nora. vais dar uma nora genial. looooool [eu sei queparec mal rir das minhas próprias piadas, mas teve que ser. loool]
Jiminy_Cricket disse…
Oi Moyle,

Nem eu me estou a ver... ;)
Angel disse…
Moça a mulher ficou a pensar que eras pedofila!!

:)))
Jiminy_Cricket disse…
Oi Miga,

A moça tinha medo da própria sombra... bah!

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