conversas de...
Quando a malta vai nos transportes públicos, mais propriamente, metro, a malta quer é paz e sossego e que ninguém a chateie. Adoro os meus momentos metro. São aqueles onde tenho tempo para pensar na vida, para pensar em mim ou pura e simplesmente para poder fechar os "zoios" e relaxar.
Hoje, a malta entrou no belo do metro e não tinha lugar sentada, o que obrigava a fazer o caminho encostada, algures aos trambolhões, e nem fechar os "zoios" seria permitido.
Na paragem seguinte entra um casal, olhei para a miúda e achei a cara conhecida. Tentei identificar de onde, mas não chegava lá. O moço com aspecto descuidado (demais) barba por fazer, calças a cair, cabelo despenteado, encosta-se ao meu lado. Ok, a moça ficou a uns míseros centímetros da minha cara e conforme ela se ia aproximando eu ia descortinando de onde a conhecida…. Ahhhh é a miuda tal do sitio tal.
Ela: Olá, está tudo bem
Eu: Tudo e tu?
Ela: também
Situação estranha, pois a miúda continuava a olhar para mim e cada vez que falava o tom de voz era tão baixo (a miúda parecia que falava de pantufas) que eu mal percebia o que ela dizia, e pensava… isto vai ser lindio!!! E agora? Falamos de quê?
Ela: então e o que estás a fazer?
Eu: estou no edifício tal as segundas, no tal as quintas, no resto da semana no bunker e às vezes conto moscas em Madagáscar aos fins-de-semana, e tu?
Ela: Eu fui fazer a especialização a Paris, mais uns trabalhos de investigação e mais… bla, bla, bla (difícil de traduzir de tão baixo que a moça falava)
E só pensava… oh catano! Conversa do caraças, e agora? Eu não conheço a miúda a ponto de manter uma conversa por muito mais tempo… E só me lembrava do início e do fim do show da Sarah Silverman.
Ela: e tu? trabalhos de investigação?
Eu: Não tenho tempo para eles (aqui o tempo além de disponibilidade é dinheiro)
Ela: pois!
E eu pensava… jiminy sais na próxima paragem e acabas com esta gaita, odeio conversa do raminho de salsa. Eh pa! Mas estás tão atrasada para o Bunker, sair e apanhar outro metro implica um atraso maior, só faltam 4 paragens.
Ela: e trabalhos a nível de informação à população, tens feito?
Eu: tenho. (e? não me apetece falar mais!!!! Quando é que ela percebe????)
Ela: Mas recebes por isso?
Eu: Não.
Ela: Pois, também me cansei de voluntariados.
E eu a pensar… Pois é algo que acontece quando a malta tem de pagar contas!!!! Esquece logo o voluntariado!!! O erro é que quando tu (e miúdas como tu) não tinhas contas para pagar estragaste o mercado a fazer anos de voluntariado o que levou a população a pensar que o trabalho que fazemos não tem importância nenhuma e até nem é preciso cobrar. E hoje nem me perguntam os honorários para informar os ditos… Mas pelos vistos a miúda aprendeu… e sem pensar mais, despedi-me e disse:
Eu: a próxima paragem é minha, gostei de te ver
Ela: eu também.
Claro que ainda faltavam duas paragens, estava atrasada, mas que se lixe, conversa de ir ao pescoço (em francês) nunca fez o meu género.
Porque será que o tempo tem formas diferentes? Aquela viagem é rápida e naquele momento parecia que estava a fazer um voo de 12 horas para algures (sem poder fumar, claro) e o avião nunca mais aterrava.
Hoje, a malta entrou no belo do metro e não tinha lugar sentada, o que obrigava a fazer o caminho encostada, algures aos trambolhões, e nem fechar os "zoios" seria permitido.
Na paragem seguinte entra um casal, olhei para a miúda e achei a cara conhecida. Tentei identificar de onde, mas não chegava lá. O moço com aspecto descuidado (demais) barba por fazer, calças a cair, cabelo despenteado, encosta-se ao meu lado. Ok, a moça ficou a uns míseros centímetros da minha cara e conforme ela se ia aproximando eu ia descortinando de onde a conhecida…. Ahhhh é a miuda tal do sitio tal.
Ela: Olá, está tudo bem
Eu: Tudo e tu?
Ela: também
Situação estranha, pois a miúda continuava a olhar para mim e cada vez que falava o tom de voz era tão baixo (a miúda parecia que falava de pantufas) que eu mal percebia o que ela dizia, e pensava… isto vai ser lindio!!! E agora? Falamos de quê?
Ela: então e o que estás a fazer?
Eu: estou no edifício tal as segundas, no tal as quintas, no resto da semana no bunker e às vezes conto moscas em Madagáscar aos fins-de-semana, e tu?
Ela: Eu fui fazer a especialização a Paris, mais uns trabalhos de investigação e mais… bla, bla, bla (difícil de traduzir de tão baixo que a moça falava)
E só pensava… oh catano! Conversa do caraças, e agora? Eu não conheço a miúda a ponto de manter uma conversa por muito mais tempo… E só me lembrava do início e do fim do show da Sarah Silverman.
Ela: e tu? trabalhos de investigação?
Eu: Não tenho tempo para eles (aqui o tempo além de disponibilidade é dinheiro)
Ela: pois!
E eu pensava… jiminy sais na próxima paragem e acabas com esta gaita, odeio conversa do raminho de salsa. Eh pa! Mas estás tão atrasada para o Bunker, sair e apanhar outro metro implica um atraso maior, só faltam 4 paragens.
Ela: e trabalhos a nível de informação à população, tens feito?
Eu: tenho. (e? não me apetece falar mais!!!! Quando é que ela percebe????)
Ela: Mas recebes por isso?
Eu: Não.
Ela: Pois, também me cansei de voluntariados.
E eu a pensar… Pois é algo que acontece quando a malta tem de pagar contas!!!! Esquece logo o voluntariado!!! O erro é que quando tu (e miúdas como tu) não tinhas contas para pagar estragaste o mercado a fazer anos de voluntariado o que levou a população a pensar que o trabalho que fazemos não tem importância nenhuma e até nem é preciso cobrar. E hoje nem me perguntam os honorários para informar os ditos… Mas pelos vistos a miúda aprendeu… e sem pensar mais, despedi-me e disse:
Eu: a próxima paragem é minha, gostei de te ver
Ela: eu também.
Claro que ainda faltavam duas paragens, estava atrasada, mas que se lixe, conversa de ir ao pescoço (em francês) nunca fez o meu género.
Porque será que o tempo tem formas diferentes? Aquela viagem é rápida e naquele momento parecia que estava a fazer um voo de 12 horas para algures (sem poder fumar, claro) e o avião nunca mais aterrava.
Comentários
Ali não dava mesmo para fugir a moça estava a 10 cm do meu nariz! Era obrigatório, mas foi dificil, foi, foi!
Eu, neste caso quando referi "gostei de te ver" referia-me ao penteado tipicamente franciú e ao corte parisienne do casaco ;)