London Town


Gosto! gosto de ter esperado 400 anos para ver a evolução de certas cidades deste País e passar por elas e pouco mudou.

A malta hoje foi a London Town. London Town, faz parte da minha infância e há 400 anos atrás era uma cidade provinciana que estava muito aquém do que eu esperava encontrar numa cidade.

Claro que as minhas vivências, o meu mundo, a minha vida se mudaram logo para a capital e London Town era apenas uma cidade de passagem para visitar o Shire.

Passaram 400 anos e London Town modificou-se, já tem um tribunal em condições (assaltado há muito pouco tempo) o parque da cidade veio substituir o antigo jardim (onde já não é seguro passear à noite) e até já tem uma hora de ponta (no trânsito, claro)

Contudo, o que eu esperava ter encontrado em London town há 400 anos atrás era muito mais do que vejo hoje para poder ver algo mais no passar destes 400 anos. As mentes continuam na mesma e o povão pouco mudou ou andou para trás, e continua a ser uma London Town provinciana.

Esta evolução para trás mata-me e tira-me do sério. Depois oiço o nosso menino dizer que vivemos na Europa, o País é desenvolvido e estamos todos no auge…. Ahhhh e termos um TGV lá para o ano de 2400…. Bah!

Continuo a não ver no nosso interior (tão perto da capital) a evolução, o caminhar para a frente e rápido. Tudo é lentium em questões de evolução. O Shire não mudou nem um milésimo de segundo, a única diferença é que tem, ao fim de 400 anos, uma rotunda do tamanho de um campo de futebol.

Pensa-se pequeno, continuamos pequenos, seremos pequenos para sempre no tamanho e no pensamento? Não me contento com este lentium todo na movimentação das coisas. Qualquer dia morro de velhice e nada mudou… bah!

Comentários

Moyle disse…
em vez de descrever london town parecias descrever portugal todo:)
Jiminy_Cricket disse…
Oi majestade,

Não é muito diferente.. é mesmo isso! bah!

beijos
VF disse…
Carissima Jiminy...
Foi com agradável surpresa que vi uma imagem que tão bem conheço, aqui estacionada no teu blogue. Claro está que ao ler o texto, acabei por perceber que a imagem não tinha sido escolhida ao acaso, e que visava ilustrar a London Town... a minha London Town de nascimento.
Acontece pois que o teu texto enferma de algumas incorrecções, e/ou omissões que poderão levar os leitores a concluír que a minha/nossa London Town se envaideceu, mas parou há umas décadas atrás.
Devo dizer-te que a London Town provinciana se mantém, mas mantém-se porque o mal não está em ser provinciana ou rural, o mal está em querer ser aquilo para que não nasceu. É evidente que não se pode esquecer a sua ruralidade, por isso a criação de uma rota de vinhos, integrada num contexto de turismo vinicula mais alargado, onde se coloca (esta London Town rural) ao mesmo nível que outras regiões, diferentes, mas ao mesmo nível. Nesse quadro um museu fica sempre bem, esquecer a história é repetir erros, e por isso manter a tradição perto da afirmação de um futuro parece-me evidentemente uma boa jogada. Todavia a London Town de que falas, tem algumas outras coisas em que é diferente. Sabias por exemplo que no domínio da educação, muito antes do alargamento do horário escolar já em London Town, os papazinhos dos petizes tinham essa possibilidade? E com actividades extra-curriculares, ou seja não era só deixar os meninos, era po-los em contacto com outras coisas... olha o inglês, ou essa coisa estranha dos computadores. Veja-se!
Há também que acrescentar que na London Town provinciana, se passou de 3.000 refeições quentes servidas aos alunos do ensino básico, para mais de 300.000, e tudo isto em menos de 10 anos, tudo porque em London Town se pensa que se estuda melhor se se estiver bem alimentado. Por outro lado a rede de bibliotecas escolares cobre hoje mais de 90% do parque escolar, porque se entendeu que ler é uma coisa gira para se fazer, mesmo na provincia, ou se calhar especialmente na provincia. Ouvi dizer que estão neste momento em construção 6 (seis) novas escolas do ensino básico e pré-escolar, o que significa uma completa renovação do parque escolar edificado... coisas que se fazem mas provavelmente não se vêm da janela do carro.
Na oferta cultural, a coisa andou mais devagar. Pacificaram-se relações entre as várias entidades envolvidas, e entendeu-se que a cultura é uma coisa mais vasta do que meia dúzia de cabeças eruditas pensam.
Já no plano desportivo a coisa andou de outra forma. A construção de 8 (oito) novos pavilhões e 4 (quatro)novas piscinas, deu início aquela coisa estranha de haver prática desportiva para todos, desde aqueles que ainda não nasceram aos que esperam viver mais tempo. E pasme-se os pavilhões desportivos estão cheios... com prática desportiva.
No plano do urbanismo, bem aí as coisas não foram assim tão boas. Passaram a existir regras, e regras claras, e isso é uma chatice para quem não quer cumprir regras. A existência de novas vias estruturantes, algumas delas com rotundas grandes ou pequenas tornaram a vida mais simples, e mesmo com hora de ponta, sabes que acabas por chegar ao teu destino.
London Town, orgulha-se de ser provinciana, orgulha-se de representar no contexto em que se insere a cidade mais interessante para investir (dados dos tipos do INE), a aposta em sectores terciários de geração de emprego e a consolidação de parques industriais, trouxeram a London Town uma nova classe de pessoas, mas não impediu que os provincianos continuassem a sentir-se bem por cá.
Passa por cá mais vezes. Vais ver que não custa!
Jiminy_Cricket disse…
Oi Vitor,

Eu passo por London Town e fico um pouco por lá todos os dias, melhor dizendo todas as noites.

Penso que o objectivo do meu texto não foi atingido, talvez não me tenha explicado bem. Tudo o que referiste no teu comentário era o que eu esperava encontrar em 1980 numa cidade portuguesa e não em 2008... era apenas isso que eu queria referir...

Contudo, não vamos falar nos bairros tão bem incorporados de Savavém, Apelação e afins, ou aquelas quatro ou cinco torres implantadas a correr (há 10 anos atrás) em London Town, ali ao pé da EDP onde as pessoas foram tão bem integradas.

Não, não vamos falar disso porque o texto se limitava apenas a falar daquilo que eu gostaria de ter visto há 400 anos atrás, que é um pouco do que referes ser a realidade actual para que hoje eu pudesse ver mais.

Beijos
VF disse…
Sim tens razão!
Há 400 anos atrás expulsavam-se os indigentes e os doentes, designadamente os leprosos das cidades.
Nessa matéria, a sociedade pouco evoluiu... ainda que se tenha tornado muito mais educada!

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