Momentinhos...

Após 3 dias de porcalhice, onde se saliva no sofá a ver filmes até partir a “je” recebe um tó-fonema do amigo de Veneza… “Ai e tal, vamos fazer coisas”. O Amigo de Veneza, é um amigo faz-conta-para lá-de-muita-giro que tem um lado especial (beim, todos os lados deste meu amigo são especiais) mas o lado dos livros… é um de alguns que mais gosto!

E lá a malta saiu do sofá e foi ter com o amigo de Veneza ao sabor dos livros. Ahhhh antes passámos por um clepe-com-gelado-e-chocolatis-derretido e siga de entrar pela livraria adentro sem mai nem ontem.

O moçoilo tinha dito “Jiminy, se eu tiver o impulso de trazer livros, impede-me!!!!” ao que anui. Estava fora de questão ele deixar os seus tostões com livros, mas estávamos só pelo prazer de estar e passar os olhos pelos “títalus”!

E eis quando senão os meus olhos passaram por Séneca! Ahhhh tudo estragado! “Apois” não lhe resisti! O Séneca fez-me olhinhos, o amigo de Veneza estava distraído e ploft, lá vem o Séneca comigo para casa!!!!!!

Pelo caminho, abri o livro numa página qualquer e li em voz alta para o amigo de Veneza e este foi o texto…

“Não há nada que deleite tanto o ânimo como uma amizade fiel e doce. Que bênção é ter corações prontos e dispostos a ouvir todos os nossos segredos, com quem temos menos medo de partilhar o conhecimento de alguma coisa que guardá-la para nós, cuja conversa alivia a nossa angústia, cujo conselho nos ajuda a ordenar os pensamentos, cuja alegria dissolve as nossas mágoas, cuja simples presença nos anima!”

Estranho!!!!! Como sabia o Séneca que estava eu com o amigo de Veneza!?!?! Acho que o amigo de Veneza lhe mandou um emilio!! Contudo o Senhor Séneca continua…

“(...) Devemos escolher aqueles que estão o mais vazios de desejos, porque os vícios espalham-se insidiosamente e assaltam quem estiver perto e prejudicam-no com o seu contacto. Segue-se que, tal como numa epidemia, devemos ter cuidado para não nos sentarmos ao lado de pessoas cujos corpos estejam infectados com doenças febris, porque nos arriscamos a sofrer do mesmo mal através da sua respiração (…)”

E de volta ao Shire, apois de momentinhos bons, passados entre a calmaria dos livros e a correria do amigo de Veneza, penso que cada vez mais estamos na idade média do pensamento, pois no início do cristianismo já Séneca falava de coisas que, para alguns de nós, hoje em dia são tão óbvias!!!!!